segunda-feira, 31 de março de 2014

   Ao longo do 2ºperíodo os nossos alunos surdos de 3ºciclo com o professor de LGP André Maia foram a algumas turmas fazer uma sensibilização à Língua Gestual Portuguesa. 
   As turmas escolhidas foram o 7ºA, o 8ºD, o 9ºC e o 10ºB que são as turmas que os alunos surdos frequentam nas aulas de educação visual e educação física.
  Aproveitamos para agradecer às turmas e aos professores Luis Caramelo, Rosaria Peixe, Susana Barbas e Ausenda Guerreiro que nos receberam nas suas aulas para fazermos a sensibilização.


Alunos:
Marcia Pedroso
Alice Rabaça
Diana Rus
João Cordeiro
Irene Gomes
Catia Caetano
Eduarda Possante

Professor de LGP
André Maia

Interpretes de LGP
Claudia Pedreira
Mariana Bento
Maria João Gomes

quinta-feira, 27 de março de 2014


Mais uma aluna Famosa!




  A  Márcia escreveu uma história na aula de Português e a professora Fernanda achou a história tão bonita que a enviou para o jornal do Alto Alentejo!
   E Surpresa! O Jornal publicou a história da Márcia!


Parabéns Márcia!
Parabéns Professora Fernanda!


Aluna:
Márcia Pedroso, 7ºG
Professora:
Fernanda Anjo
Intérprete de LGP:
Maria João Gomes

terça-feira, 25 de março de 2014


“Era o primeiro dia de escola do Rafa e ele estava muito contente! Sabia que ia conhecer meninos novos com quem brincar."

No mundo do Rafa” foi uma história desenvolvida no ano letivo de 2012/2013 no âmbito de uma sensibilização ao pré-escolar, efetuada pela Terapeuta da Fala e Formadora de Língua Gestual Portuguesa, que exerciam funções nesse nível de ensino. O objetivo era sensibilizar os alunos e a comunidade educativa envolvente para questões relacionadas com a surdez, através da história de um menino surdo, que vinha pela primeira vez para a pré-escola e que encontrou algumas barreiras de comunicação.

A mesma história foi analisada pelos alunos surdos mais velhos do Agrupamento de Escolas do Bonfim, que frequentam a Terapia da Fala, e foram discutidos vários temas sobre a surdez. Os alunos relataram alguns acontecimentos da sua vida enquanto pessoas com surdez e emitiram opiniões relativamente ao mundo que os rodeia, fornecendo sugestões em relação às possíveis formas de facilitar a comunicação entre eles e os seus pares ouvintes. Posteriormente redigiram um texto de opinião com a orientação da Terapeuta da Fala.

Ficam aqui os seus pareceres. 






O Rafa estava confuso e triste, porque ele não percebia o que as pessoas ouvintes falavam com ele.

Quando eu era pequena, eu também ficava triste e estava confusa, porque eu não conseguia comunicar com as pessoas ouvintes e não percebia nada do que diziam! Eu não sabia o que se passava comigo! Mas depois a minha mãe contou-me que sou surda. Por isso, já sei que sou surda há muito tempo.

Mais tarde, fui para a escola de Évora, onde havia professores de Língua Gestual Portuguesa. Entretanto conheci a nova professora de LGP. Ela ajudou-me a fazer os gestos e foi divertido. Até agora gosto muito dela. Então fui ajudar as pessoas ouvintes a fazer os gestos e agora consigo comunicar com eles e fico muito contente.

As pessoas ouvintes, que não sabem fazer gestos, fazem mímica e também escrevem no papel ou no telemóvel para eu perceber.

Acho que consigo comunicar com eles melhor, por isso está tudo bem.

Cátia Caetano, 9ºano
 


O Rafa sentia-se muito triste, porque não conseguia comunicar com os ouvintes. Eu já me senti triste, às vezes, porque os ouvintes gozam com os surdos. Eu acho que é porque alguns deles não gostam de surdos. É estranho! Mas outros gostam. Na minha opinião, os ouvintes devem respeitar os surdos.

Na minha escola há professores que ensinam LGP, outros ensinam a escrever e a ler. Todos são importantes para aprender a comunicar com os meus colegas.

Eu acho que a comunicação entre ouvintes e surdos pode melhorar. Os ouvintes podem fazer mímica, escrever num papel e falar devagar. Por outro lado, os surdos podem ensinar LGP, fazer mímica, escrever num papel e ler os lábios.

No futuro, não sei como vai ser a minha comunicação. Mas gostava de falar melhor e de fazer melhor LGP. Também gostava de comunicar mais com os ouvintes.



Diana Rus 8ºF
 



Quando eu era pequenino estava sempre triste porque não ouvia as coisas à minha volta, como a televisão e as pessoas.

Depois, fui ao médico a Lisboa e fiz exames aos ouvidos. O médico disse à minha mãe que era melhor ser operado, para pôr um implante coclear. Mas a minha mãe não queria. A seguir, fui ao médico em Abrantes. Depois fui a uma consulta ao Entroncamento. A médica e a minha mãe estiveram a falar sobre mim. De seguida fui fazer o molde da prótese e escolhi a cor do aparelho, que foi verde. Mais tarde, a professora Sandra, que foi a minha professora de Língua Gestual Portuguesa (LGP), deu-me o nome gestual de “aparelho verde”.

Antes, andava na escola de Alter, mas de manhã ia para a escola de Portalegre. Da parte da manhã aprendia L.G.P. e tinha aulas com outra professora. Depois comecei a vir sempre para Portalegre, porque tinha Professora de Apoio, Terapeuta da Fala e Professora de L.G.P.

Atualmente, consigo ouvir e falar bem com as pessoas ouvintes, mas quando está muito barulho tenho dificuldade em perceber o que estão a dizer. Também consigo comunicar bem com os surdos. Contudo, às vezes, não sei alguns gestos.

Eu acho que as pessoas ouvintes devem aprender L.G.P., para comunicarem bem com os surdos e falar devagar para eles perceberem bem. Os surdos devem tentar falar devagar com os ouvintes.

No futuro, acho que vou falar e ouvir melhor. Também vou perceber melhor as pessoas ouvintes e surdas.  
Penso que mais ouvintes vão aprender L.G.P. e os surdos vão comunicar melhor com os ouvintes. Assim, a comunicação de todos seria mais fácil.

João Cordeiro, 8ºano




O Rafa sentia-se triste por não conseguir comunicar. Quando eu era pequena, andava na pré-escola de Castelo de Vide, mas às vezes vinha a Portalegre, porque havia Terapia da Fala. No primeiro ano de escolaridade fui para a Praceta em Portalegre. Nesse ano comecei a aprender a escrever, a ler e L.G.P. Como sou surda, tinha que aprender L.G.P. para comunicar, o que foi importante.

Na minha escola tenho amigos ouvintes e surdos. Eu acho que comunico bem com ambos. Todavia, alguns surdos não conseguem comunicar muito bem com os ouvintes, porque não os conseguem ouvir ou têm dificuldade em percebe-los.

Eu acho, que os surdos podem comunicar com os ouvintes, mas os ouvintes têm de falar mais devagar. Também podem escrever no papel o que querem dizer. Para além disso, devem aprender L.G.P., se tiverem interesse. Por outro lado, os surdos podem ensinar L.G.P. aos ouvintes. Também, podem praticar a Língua Portuguesa e tentar perceber pelos lábios dos ouvintes o que estão a dizer e ainda podem falar português oral.

No futuro, na minha opinião, os surdos vão conseguir comunicar melhor, porque já tiveram Terapia da Fala, Apoio e aprenderam L.G.P. na escola.


Alice Rabaça 7ºG




Quando eu era pequena era muito difícil falar e não sabia L.G.P., por isso não percebia nada. Na altura em que eu andava só na escola de Ponte de Sôr, não havia ajuda. Então comecei a ir, às vezes, para a escola de Portalegre, porque havia professor de L.G.P. e Terapeuta da Fala.

No início, só conseguia comunicar com a família e com os amigos surdos. A minha família foi para a escola aprender L.G.P., para comunicar comigo. Eu acho que foi muito importante para a nossa relação.

Mais tarde, como eu aprendi a falar melhor, consegui perceber e falar com os ouvintes. Ao mesmo tempo, continuei a aprender L.G.P. para comunicar melhor com os surdos ou ouvintes, que sabiam L.G.P.

Agora, estou no 7ºano e consigo comunicar com professores, auxiliares, com o Diretor Sequeira e com os alunos, quer sejam surdos ou ouvintes.

Eu acho que a comunicação entre surdos e ouvintes é razoável. Por um lado, os ouvintes não conseguem fazer frases pequenas. Dizem frases compridas, por isso os surdos não os percebem. Para além disso, na L.G.P. a ordem das palavras na frase é diferente da Língua Portuguesa. Também falam rápido. Na minha opinião, os ouvintes devem falar devagar, para os surdos lerem os lábios e perceberem o que dizem. Para além disso, devem falar com frases simples. Por exemplo, se o surdo não conhece alguma palavra, precisam de explicar o significado com frases simples. Por outro lado, os surdos devem escrever num papel o que querem dizer, se os ouvintes não perceberem L.G.P. Também, podem fazer mímica, tal como os ouvintes. Para além disso, os surdos precisam de falar melhor sem os gestos, por isso têm de praticar Língua Portuguesa. Ainda podem ensinar L.G.P. aos ouvintes.   

No futuro, eu acho que não vai haver mais pessoas ouvintes a saber L.G.P., porque não se interessam. Eu penso que isso é mau,  porque se as pessoas ouvintes tiverem um filho surdo, não sabem L.G.P. para lhe ensinar, nem para comunicar com ele.

Márcia Pedroso 7ºG


Terapeuta da Fala:
Inês Dinis


http://adf.ly/hPFbD