No dia 3 de março de 2016,
os alunos surdos de 1º Ciclo, conjuntamente com os seus colegas ouvintes do 3º
e 4º ano da Escola da Praceta, deslocaram-se ao Centro de Artes e Espetáculos
de Portalegre para assistirem à história da Fada Oriana contada através de um
bailado; bailado desempenhado pela Companhia Nacional de Bailado.
Os alunos surdos foram
seguindo e interpretando a história através do desenrolar do bailado, ou
explicando melhor, os alunos foram retirando informação através de toda a
comunicação corporal dos bailarinos, bem como de todos os cenários envolventes.
É importante referenciar que os alunos surdos não conheciam a história.
Posteriormente, já na sala
de aula, os alunos redigiram uma composição coletiva e fizeram ilustrações
relativas à história dançada que lhes tinha sido apresentada.
Eis aqui a interpretação que
os alunos fizeram do bailado a que assistiram:
“O Bailado da Fada
Oriana”
A fada Oriana dançava feliz na floresta. É verão e as
árvores estão verdes.
Na floresta havia uma velhinha cega e a fada Oriana
ajudava – a muito. A fada Oriana cuidava dela para ela não cair, fazia-lhe chá
e acendia-lhe o lume. A velhinha dizia: - Há! As fadas ajudam-me muito.
Uma noite a fada Oriana estava a dormir e a rainha
das fadas apareceu nos sonhos de Oriana e disse: - Tu és responsável pela
floresta, pelos animais e pelas pessoas que lá vivem. E a fada Oriana cuidava
bem da floresta e da velhinha cega.
De manhã, apareceram os passarinhos que disseram à
fada Oriana: - Oriana, vem connosco, anda brincar, anda ver o mundo. A fada
Oriana dizia: - Não posso, eu preciso de cuidar da floresta.
Depois apareceu o rio que disse: - Olha para as
minhas águas, vê como tu és tão bonita. O rio deu uma flor à fada Oriana e ela
colocou-a nos cabelos. A fada Oriana agora levava muito tempo a olhar para as
águas do rio para ver a sua cara que era muito bonita. A água do rio era o
espelho da fada Oriana.
A fada Oriana
esquecia-se de cuidar da floresta e da velhinha cega. A floresta ficou escura,
não havia Sol, era noite. Apareceram ladrões que roubaram as folhas das
árvores.
Apareceu a borboleta azul que tirou as asas da fada
Oriana e ela caiu.
Um dia a velhinha cega estava quase a cair num buraco
escuro; mas a fada Oriana apareceu e salvou a velhinha.
Então apareceu
o Sol e ficou outra vez verão e a borboleta voltou a por as asas nas costas da
fada Oriana.
A fada Oriana ajudou para sempre a floresta, os
animais e a velhinha e todos ficaram felizes.
Algumas notas
sobre a autora do conto infantil: “A Fada Oriana”
Sophia de Mello Breyner Andresen nasceu em novembro de 1914, na cidade do Porto e morreu em julho
de 2004, em Lisboa. Os restos mortais de Sophia de Mello Breyner Andresen
encontram-se no Panteão Nacional desde julho de 2014.
A escritora formou-se em Filosofia Clássica e foi uma grande
escritora e poetisa. Em 1964 recebeu o Grande Prémio da Poesia atribuído pela
Sociedade Portuguesa de Escritores com o seu livro: “Livro sexto”. Foi também a
primeira mulher portuguesa a receber o Prémio Camões, o qual se constitui como
o mais importante galardão literário da língua portuguesa. A escritora recebeu
este prémio em 1999.
Sophia de Mello Breyner Andresen escreveu também contos para
crianças. São eles:
- “A Menina do Mar”
- “A Fada Oriana”
-“Noite de Natal”
- “O Cavaleiro da Dinamarca”
- “O Rapaz de Bronze”
-“ A Floresta”
- “O Tesouro”
- “ A Árvore”
Gostámos muito
de ir ver o bailado. Vejam como ficámos felizes.
